Sob a gestão incendiária de Elon Musk, o ano de 2022 foi marcado por mudanças importantes no Twitter, que levaram a ascensão de rede sociais rivais como o Koo e o Mastodon. Enquanto isso, o TikTok seguiu em rota de crescimento, ofuscando plataformas de Mark Zuckerberg. O Instagram, por sua vez, teve que lidar com a concorrência da rede chinesa e de outras que ganharam adeptos, como o BeReal.
Mas quais são as tendências para as redes sociais em 2023? Quais delas devem crescer e quais podem perder espaço? Ao Daily Mail, a pesquisadora Laura Toogood, especialista em informática social pela University College Dublin, na Irlanda, analisou o futuro do Twitter, TikTok e BeReal no próximo ano. Confira:
1. Tendências para o Twitter
Em outubro de 2022, Elon Musk adquiriu a rede social por US$ 44 bilhões. Na semana seguinte, as buscas por ‘Como deletar o Twitter’ aumentaram 500% e milhares de usuários decidiram buscar por plataformas concorrentes, como o Koo e o Mastodon.
Laura Toogood acredita que a aquisição de Musk pode, no futuro, significar o fim do aplicativo. “O Twitter é uma das plataformas de mídia social mais estabelecidas atualmente, mas o cenário digital muda rapidamente, e mesmo os usuários mais engajados [com a rede] podem se desligar caso uma plataforma que atenda às suas necessidades”, explica ela.
Segundo a pesquisadora, o comportamento de Musk tem trazido diversos sinais preocupantes, como o aumento da propagação do discurso de ódio. Para ela, o mais provável é que o Twitter desça alguns degraus nos rankings de popularidade das redes sociais em 2023.
“A disseminação de conteúdo ofensivo é um tópico que está sendo o motivo para que algumas pessoas se desliguem da rede, enquanto alguns rebatem [o problema] com o argumento de liberdade de expressão”, diz.
Uma investigação do Centro de Combate ao Ódio Digital, nos EUA, revela que o uso de calúnias racistas, homofóbicas, transfóbicas e xenofóbicos aumentou significativamente depois que Musk assumiu. O novo CEO também demitiu funcionários que trabalhavam contra desinformação e discurso de ódio, e restaurou contas que tinham sido banidas, como a do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
O que deve acontecer com o BeReal
Ao incentivar o compartilhamento de fotos ou vídeos espontâneos, o BeReal ficou no topo dos mais baixados no Reino Unido e dos EUA em maio de 2022, frente a outros apps com Instagram e Snapchat. A tendência para 2023, no entanto, pode ser desaceleração.
Em dezembro, pesquisadores do app PhotoAiD entrevistaram mais de 900 usuários americanos do BeReal sobre o uso do aplicativo. A pesquisa apontou para uma redução no uso diário do app.
Toogood avalia que “a popularidade do BeReal demonstra uma mudança interessante no mundo dos aplicativos de mídia social e mostra que há um desejo de que as postagens sejam mais autênticas e naturais”.
“Embora o uso de filtros em vários aplicativos sempre tenha sido popular, surgiu uma sensação de ‘excesso de curadoria’, em que o conteúdo se tornou muito fabricado, com postagens patrocinadas também dominando algumas plataformas”, afirma. Para a especialista, no entanto, o nosso desejo de mostrar a melhor versão de nós mesmos online nunca desaparecerá, possivelmente impedindo que este aplicativo cresça mais.
Ela destaca uma pesquisa que indica que cerca de 43% dos usuários do BeReal acessam o aplicativo três ou quatro vezes antes de publicar a “foto espontânea”.
O que esperar do TikTok
O TikTok atingiu o cenário global de redes sociais com força total em 2018. O app, que tem mais de um bilhão de usuários em todo o mundo, é propriedade da ByteDance, com sede em Pequim, e foi projetado para que os usuários criem e compartilhem vídeos curtos.
Para a pesquisadora, o formato do app chinês continua promissor. “Para muitos criadores de conteúdo, é difícil resistir à oportunidade de criar um vídeo que pode se tornar viral e isso atrai multidões para o TikTok. Isso mostra que os algoritmos e a disseminação de conteúdo popular são cruciais para a sobrevivência e o sucesso de alguns aplicativos”.
Enquanto o Twitter e o Meta estão demitindo funcionários, o TikTok se comprometeu a contratar 3 mil novos engenheiros nos próximos três anos, de acordo com o Wall Street Journal.
Apesar de continuar em crescimento e atraindo cada vez mais usuários ao redor do mundo, a empresa ainda tem desafios legais pela frente – como o de acusações de que a rede espiona seus usuários e coleta dados confidenciais. Nos EUA, alguns estados como Indiana e Texas chegaram a solicitar que o app fosse banido por exposição de crianças a conteúdo adulto.